terça-feira, 7 de agosto de 2007

O Jardim



Na primeira noite
eles se aproximam
e colhem uma flor
de nosso jardim
e não dizemos nada.
Na segunda noite,
já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia
o mais frágil deles
entra sozinho em
nossa casa,
rouba-nos a lua e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.

MAIAKOWSKY